domingo, 21 de outubro de 2018

Stomp ou Stepping



Dança stomp (Stepping)
            A dança Stomp (hoje também conhecida por Stepping) é executada por várias tribos da Floresta Oriental e comunidades indígenas americanas , incluindo o Muscogee , Yuchi , Cherokee , Chickasaw , Choctaw , Delaware , Miami , Caddo , Tuscarora , Ottawa , Quapaw , Peoria. , Shawnee , Seminole , Natchez , e tribos Seneca-Cayuga .  As comunidades da Stomp Dance estão ativas na Carolina do Norte, Oklahoma, Alabama, Mississippi e Flórida.

Estrutura e função de uma sociedade de dança Stomp

            O termo "Stomp Dance" é um termo em inglês, que se refere aos movimentos "shuffle and  stomp" da dança. Na língua nativa Muskogee, a dança é chamada Opvnkv Haco , que pode significar dança "bêbada", "louca" ou "inspirada".   Isso geralmente se refere ao efeito excitante, ainda que meditativo, que a dança e o medicamento têm sobre os participantes.   Na língua nativa dos Shawnee, a dança é chamada Nikanikawe, que se refere a uma dança envolvendo amigos ou nikane .   Também é chamada de Leading Dance por muitos Shawnees, mas a maioria chamada simplesmente de "Stomp Dance".
            O Stomp, ou Stepping, é baseado em uma longa e rica tradição em comunidades africanas que usam movimento, palavras e sons para comunicar fidelidade a um grupo. Ele desenha os movimentos das danças dos pés africanos, como Gumboot, originalmente concebido por mineiros na África do Sul como uma alternativa à bateria, que foi banida pelas autoridades.
            A tradição do Stomp  nos Estados Unidos cresceu a partir de rituais de música e dança praticados por fraternidades e irmandades afro-americanas, começando no início do século XX, de forma a manter acesa as raízes africanas tanto discriminadas neste país.

Stomp contemporâneo

            Stepping, step-dancing ou Stomp (alguns também chamam simplesmente de Step)  é uma dança, uma arte, criada por africanos nos Estados Unidos na década nos anos 1900's onde o corpo, através de passos marcados, palavras gritadas e palmas se torna o próprio instrumento que produz o som que será dançado.   O Stomp se baseia em danças feitas pelas civilizações africanas e nas danças feitas por africanos no periodo escravista, e depois da 2º Guerra Mundial, foram introduzidos formações e movimentos militares.
            O stomp nasce da continuação da cultura milenar africana de se comunicar através dos sons e movimentos, o uso das botas que originalmente eram uma espécie de galocha e hoje mais se parecem com uma espécie de coturno, um dos ícones do step assim como as caretas e os movimentos com os pés, se dá pela proibição da bateria para sul-africanos, e tal sapato era utilizado pelos mineradores da época.
            A cultura do stomp se consolida nas fraternidades e sororidades (aspecto de dimensão ética, política e prática do movimento de igualdade entre os gêneros, muito praticado nas comunidades feministas) estadunidenses em meados dos anos 1900's como uma dança ou até como ritual de passagem nas fraternidades estudantis (como rituais de passagem de veterano para calouro, por exemplo).
            Além de shows e competições em campus universitários dos EUA, hoje também podemos ver manifestações desta modalidade em escolas, igrejas e organizações comunitárias em todo o país.   Nos demais países ainda não temos notícias deste movimento de forma tão intensa e estudada tão a fundo.
            O grupo Step Afrika é considerado como a primeira companhia de dança profissional dedicada à tradição do Stomp, está evoluindo a forma de dança para incluir outros estilos, como Tap, Modern e Hip Hop, e introduzindo novas audiências ao redor do mundo.   Seguindo esta linha de dança temos o Grupo Stomp, com maior projeção e conhecido por inserir novos conceitos, tendências e técnicas artísticas e culturais modernas e tradicionais.


Curiosidades

  • O Stepping foi destacado em filmes como Stomp The Yard , School Daze , Mac e Me , Drumline e How She Move .
  • A historiadora Jacqui Malone chama de “uma das formas de dança mais excitantes para evoluir no século XX” em Steppin 'on the Blues , Chicago: University of Illinois Press, 1996.
  • Elizabeth Fine detalha a tradição de pisar em Soulstepping: African American Step Shows . Chicago: University of Illinois Press, 2003.
·         Dentro das faternidades, o Stomp se consolida como cultura a partir dos "greek sings" ou sinais gregos. Esses sinais eram nada mais que o sinal de cada fraternidade que no começo era apenas para exaltar sua fraternidade ou sororidade  com algum tipo de grito de guerra ou palavras de ordens. A adição de músicas junto com esses sinais e, consequentemente, adição de movimentos fizeram com que os greek sings se tornassem os greek shows, com competições estuduais e nacionais com premios e bonificações. 
·         Cada fraternidade possui seu sinal, seu canto e sua própria rotina de step e tudo isso é passado de geração a geração daquele grupo. As fraternidades afro descendentes  mais conhecidas e mais tradicionais são:
ü  Phi Beta Sigma, fundada em 1914,  localizada na Universidade de Howard. Seu lema é "Cultura pelo serviço e serviço pela humanidade". Suas cores são azul royal e branco.
ü  Zeta Phi Beta, fundada em 1920, também da Universidade de Howard. Seu lema é "Uma organização orientada a ação, consciente da comunidade". Suas cores também são azul royal e brano.
ü  Omega Psi Phi, fundada em 1911, da mesma universidade que as demais. Seu lema é "Amizade é essencial a alma". Suas cores são roxo royal e ouro velho.
ü  Alpha Phi Alpha, fundada em 1906, sendo a primeira fraternidade afro-americana a ser fundada. Diferente das outras, ela é da Universidade de Cornell. Seu lema é "Primeiramente, servos de todos, nós transcedemos todos". Suas cores são ouro velho e preto.
·         Hoje, o Stomp é reconhecido mundialmente com competições na Coreia do Sul, por exemplo e a dança fez parte da abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 1996. O Stomp também já fez parte de desfiles do Fashion Week e de shows de grandes artistas como Beyoncé.

A Dança
            Forma de dança percussiva  na qual o corpo inteiro do participante é usado como um instrumento para produzir ritmos e sons complexos através de uma mistura de passos, palavra falada e palmas. Embora o avanço possa ser realizado por um indivíduo, ele geralmente é realizado por grupos de três ou mais, geralmente em arranjos que se assemelham a formações militares.
            O Stomp moderno também  pode se basear em elementos de ginástica , break dance , sapateado , marcha ou dança afro-caribenha, ou incluir acrobacias semi- perigosas como parte de rotinas individuais. A velocidade do passo depende da batida e do ritmo que o artista quer que soe. Algumas formas de Stomp  incluem o uso de adereços, como bengalas, bastões de ritmo e / ou fogo e vendas.
            Como alguns elementos básicos podemos destacar:
·         Step -  Batida do pé inteiro no chão, sem transferência de peso;
·         Stomp - Batida do pé inteiro no chão, com transferência de peso;
·         Brush back - Batida do pé com arraste do mesmo para trás em seguida;
·         Down heel - A ponta do pé firme no chão e bate apenas o calcanhar no chão;
·         Beating heel - Batida apenas com o calcanhar no chão após o pé sair do chão;
·         Tiptoe - Batida apenas com a ponta do pé no chão;
·         Clap - Batida de palmas;
·         Slap - Batida de mão em alguma parte do corpo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Workshop... Comércio ou Aprendizagem?



     Antes de refletirmos sobre o tema proposto, ficam algumas perguntas aqui para que cada um se posicione melhor:
- Você escolhe um workshop em dança pelo estilo da dança?
- Você escolhe um workshop, pelo tema sugerido, indiferente do estilo de dança?
- Você escolhe um workshop porque quem o ministrará é excelente dançarino(a) e/ou é famoso(a)?
- Você escolhe um workshop porque a pessoa já fez cursos no exterior?
- Você escolhe um workshop porque a pessoa é experiente, mesmo que esta não seja famosa?
- Você escolhe um workshop para obter mais informações sobre o estilo, mesmo que a pessoa não seja famosa?
- Você escolhe um workshop para experimentar outras propostas diferentes das que está acostumado(a)?
- Você escolhe um workshop pela aparência física de quem o ministra?
     Com estas poucas perguntas, para aqueles que gostam de pensar e refletir, já pode-se perceber onde podemos encaixar o título do artigo e consequentemente assumir posturas quanto as intencionalidades.   Muitos dizem que só se obtém informações e conhecimentos quando a pessoa que ensina é famosa, tem livros e artigos publicados, quando esta viaja muito (principalmente para o exterior) ou até mesmo quando é famosa e tem grande visibilidade na mídia.
      Mas a primeira intenção do artigo não seria esta, mas sim a de repensarmos o quando realmente algumas pessoas estão se utilizando de sua fama, de suas habilidades para somente ganhar dinheiro e o quanto algumas pessoas tem vasto conhecimento e pode repassá-los aos demais, indiferentemente de ser famosa ou não.
      Quando vemos o anúncio de um workshop, fica a pergunta: "o que será abordado no workshop?", em geral esta resposta está na divulgação, e fica uma nova pergunta: "como será feito isto?", isto nunca está exposto em cartazes e anúncios, cabe a pessoa perguntar a quem já fez workshop com tal pessoa ou então arriscar e ir até lá e fazer.
     Algumas pessoas se propõem a montar workshops com uma única intenção: ganhar dinheiro, seja vendendo CD's, livros, camisas, e produtos em geral, muito comum em Congressos.  Outros simplesmente querem ganhar dinheiro mostrando suas qualidades como dançarino(a) através de pequenas coreografias onde as pessoas podem vivenciar o estilo que este(a) domina, neste caso é de grande valia para quem não possui nenhuma prática ou conhecimento do estilo proposto.  A este último caso existe um nome específico, mas pouco utilizado (não sei se por questões estratégicas para arrecadar mais dinheiro ou por falta de conhecimento): WORKOUT.
     Existem pessoas que, inclusive, montam workshops como pretextos à alcançarem objetivos maiores, como mostrar suas qualidades ou serem vistos para ingressarem em grupos renomados e profissionais.   Neste último caso é perceptível o quanto a pessoa insistirá em mostrar suas habilidades e o quanto esta comentará constantemente seu "currículo".
      Alguns provavelmente devem estar dizendo: "quem monta um workshop que ganhar dinheiro",  obviamente não estão errados, mas a principal questão aqui colocada é se há qualidade nestes workshops ou não, se existe alguma preocupação real com as informações que deveriam ter em workshops e o quanto nos preocupamos com aparências e títulos.   Afinal workshop deve ter informação para quem não conhece o estilo, acrescentar informações para os que já tem vivência e experimentar na prática o que se propõe.
     Fica aqui então um pensamento, se estamos investindo dinheiro para adquirirmos conhecimento, porque algumas pessoas insistem em fazer Workshops quando querem ter práticas que podem ser oferecidas em Workouts?   Vivência é importante demais para quem já pratica qualquer estilo de dança, mas confundir isto com qualidade em informações e rotular alguém como bom porque é famoso ou dança muito bem, me parece meio hipócrita.    Infelizmente algumas pessoas gastam muito dinheiro com passagens e cursos em diversas cidades no Brasil e no exterior e acabam somente vivenciando práticas corporais sem informações, o que frustra alguns, principalmente quem busca um  maior conhecimento e aperfeiçoamento naquilo que dizem gostar.
     Uma das características mais marcantes que percebi ao longo destes muitos anos que estou na dança, em quem procura um wokshop, ou outra qualquer forma de aquisição de conhecimentos, é que o público que procura estes cursos mais rápidos são pessoas que estão iniciando na dança ou então pessoas que querem ou vivenciar algo diferente do habitual.   Existem também aqueles que, estando na "estrada" a algum tempo e, procuram nos workshops alguma informação nova para acrescentar ao conhecimento já adquirido.  Mas é fato que existe uma certa tendência e enorme rotatividade na "indústria" dos workshops (tanto em quem faz como em quem ministra) e que está muito ligado à imagem e a fama, ou seja, quando ,mais famosa a pessoa que ministra o workshop, mais se torna rentável para quem divulgou ou investiu, até porque nota-se que grande maioria destas pessoas que fazem workshops são iniciantes ou não profissionais, que fazem em dado momento de sua vida por paixão à dança, mas o que se nota é que, fatalmente, muitos destes param de dançar para seguir outras carreiras ou então procuram cursos profissionalizantes onde podem obter uma gama maior de informações que as de workshop.  Neste último caso, os workshops se tornam apenas pequenos complementos e acréscimo de informações, nada mais, o que explica um não investimento deste público em cursos desta natureza (principalmente os de alto custos com pessoas famosas ou reconhecidas pelo público em geral), preferindo investir à um custo maior em aprofundamentos e especializações mais profundas e mas longas.
    Então, chegamos à uma óbvia conclusão que os workshops podem ter cunho informativo para quem sabe aproveitar cada um deles, indiferentemente de quem o ministrar, a estes eu costumo chamar de verdadeiros amantes da dança porque buscam informações e conhecimentos para serem utilizados ao longo de suas vidas, os demais farão por moda, por nome, por status, para ganharem projeção, conseguir trabalhos e para entrarem em grupos renomados, ou até mesmo para viajar a diversos lugares o que reforça a ideia de ser algo comercial e em alguns aspectos até mesmo, descartáveis.