Antes de refletirmos sobre o tema
proposto, ficam algumas perguntas aqui para que cada um se posicione melhor:
- Você escolhe
um workshop em dança pelo estilo da dança?
- Você escolhe
um workshop, pelo tema sugerido, indiferente do estilo de dança?
- Você escolhe
um workshop porque quem o ministrará é excelente dançarino(a) e/ou é famoso(a)?
- Você escolhe
um workshop porque a pessoa já fez cursos no exterior?
- Você escolhe
um workshop porque a pessoa é experiente, mesmo que esta não seja famosa?
- Você escolhe
um workshop para obter mais informações sobre o estilo, mesmo que a pessoa não
seja famosa?
- Você escolhe
um workshop para experimentar outras propostas diferentes das que está
acostumado(a)?
- Você escolhe
um workshop pela aparência física de quem o ministra?
Com estas poucas perguntas, para aqueles
que gostam de pensar e refletir, já pode-se perceber onde podemos encaixar o
título do artigo e consequentemente assumir posturas quanto as
intencionalidades. Muitos dizem que só se
obtém informações e conhecimentos quando a pessoa que ensina é famosa, tem
livros e artigos publicados, quando esta viaja muito (principalmente para o
exterior) ou até mesmo quando é famosa e tem grande visibilidade na mídia.
Mas a primeira intenção do artigo não
seria esta, mas sim a de repensarmos o quando realmente algumas pessoas estão
se utilizando de sua fama, de suas habilidades para somente ganhar dinheiro e o
quanto algumas pessoas tem vasto conhecimento e pode repassá-los aos demais,
indiferentemente de ser famosa ou não.
Quando vemos o anúncio de um workshop, fica a
pergunta: "o que será abordado no workshop?", em geral esta resposta
está na divulgação, e fica uma nova pergunta: "como será feito isto?",
isto nunca está exposto em cartazes e anúncios, cabe a pessoa perguntar a quem
já fez workshop com tal pessoa ou então arriscar e ir até lá e fazer.
Algumas pessoas se propõem a montar
workshops com uma única intenção: ganhar dinheiro, seja vendendo CD's, livros,
camisas, e produtos em geral, muito comum em Congressos. Outros simplesmente querem ganhar dinheiro
mostrando suas qualidades como dançarino(a) através de pequenas coreografias
onde as pessoas podem vivenciar o estilo que este(a) domina, neste caso é de
grande valia para quem não possui nenhuma prática ou conhecimento do estilo
proposto. A este último caso existe um
nome específico, mas pouco utilizado (não sei se por questões estratégicas para
arrecadar mais dinheiro ou por falta de conhecimento): WORKOUT.
Existem pessoas que, inclusive, montam
workshops como pretextos à alcançarem objetivos maiores, como mostrar suas
qualidades ou serem vistos para ingressarem em grupos renomados e
profissionais. Neste último caso é
perceptível o quanto a pessoa insistirá em mostrar suas habilidades e o quanto
esta comentará constantemente seu "currículo".
Alguns provavelmente devem estar dizendo:
"quem monta um workshop que ganhar dinheiro", obviamente não estão errados, mas a principal
questão aqui colocada é se há qualidade nestes workshops ou não, se existe alguma
preocupação real com as informações que deveriam ter em workshops e o quanto
nos preocupamos com aparências e títulos.
Afinal workshop deve ter informação para quem não conhece o estilo,
acrescentar informações para os que já tem vivência e experimentar na prática o
que se propõe.
Fica aqui então um pensamento, se estamos
investindo dinheiro para adquirirmos conhecimento, porque algumas pessoas
insistem em fazer Workshops quando querem ter práticas que podem ser oferecidas
em Workouts? Vivência é importante
demais para quem já pratica qualquer estilo de dança, mas confundir isto com
qualidade em informações e rotular alguém como bom porque é famoso ou dança
muito bem, me parece meio hipócrita.
Infelizmente algumas pessoas gastam muito dinheiro com passagens e
cursos em diversas cidades no Brasil e no exterior e acabam somente vivenciando
práticas corporais sem informações, o que frustra alguns, principalmente quem
busca um maior conhecimento e aperfeiçoamento
naquilo que dizem gostar.
Uma
das características mais marcantes que percebi ao longo destes muitos anos que
estou na dança, em quem procura um wokshop, ou outra qualquer forma de
aquisição de conhecimentos, é que o público que procura estes cursos mais
rápidos são pessoas que estão iniciando na dança ou então pessoas que querem ou
vivenciar algo diferente do habitual.
Existem também aqueles que, estando na "estrada" a algum tempo
e, procuram nos workshops alguma informação nova para acrescentar ao
conhecimento já adquirido. Mas é fato
que existe uma certa tendência e enorme rotatividade na "indústria"
dos workshops (tanto em quem faz como em quem ministra) e que está muito ligado
à imagem e a fama, ou seja, quando ,mais famosa a pessoa que ministra o
workshop, mais se torna rentável para quem divulgou ou investiu, até porque
nota-se que grande maioria destas pessoas que fazem workshops são iniciantes ou
não profissionais, que fazem em dado momento de sua vida por paixão à dança,
mas o que se nota é que, fatalmente, muitos destes param de dançar para seguir
outras carreiras ou então procuram cursos profissionalizantes onde podem obter
uma gama maior de informações que as de workshop. Neste último caso, os workshops se tornam
apenas pequenos complementos e acréscimo de informações, nada mais, o que
explica um não investimento deste público em cursos desta natureza
(principalmente os de alto custos com pessoas famosas ou reconhecidas pelo
público em geral), preferindo investir à um custo maior em aprofundamentos e
especializações mais profundas e mas longas.
Então, chegamos à uma óbvia conclusão que
os workshops podem ter cunho informativo para quem sabe aproveitar cada um
deles, indiferentemente de quem o ministrar, a estes eu costumo chamar de
verdadeiros amantes da dança porque buscam informações e conhecimentos para
serem utilizados ao longo de suas vidas, os demais farão por moda, por nome,
por status, para ganharem projeção, conseguir trabalhos e para entrarem em
grupos renomados, ou até mesmo para viajar a diversos lugares o que reforça a
ideia de ser algo comercial e em alguns aspectos até mesmo, descartáveis.
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