quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Técnicas Básicas

Muitas pessoas podem achar que o que será descrito é óbvio e que qualquer pessoa sabe, mas é preciso lembrar que estas coisas muitas das vezes passam despercebidos, ou gera conflito, durante uma aula ou montagem de coreografia.  Todos devem ter me mente técnicas simples e jamais desprezá-las, mesmo porque estas fazem parte de um conteúdo mais refinado quando do aprimoramento das técnicas da dança.

Quando o corpo está de pé no solo, temos algumas referências básicas quanto à altura de execução de um movimento e/ou gesto, para uma melhor compreensão classificamos estes em:
* Alto: O segmento que executa o movimento ultrapassa o seu eixo articular em um movimento para cima;
* Médio: O segmento atinge a altura de seu eixo articular e retorna;
* Baixo: O movimento é feito abaixo de seu articular;
             Alguns consideram plano alto aquele em que o movimento é feito longe do solo, plano baixo próximo do solo e plano médio (ou intermediário) quando o movimento é feito entre os dois planos anteriores.  O único problema de adotar este parâmetro é que precisa ter sempre um referencial de máximo que pode ser considerado alto e baixo antes de designar principalmente o plano médio.

Pode ser ainda:
* Anterior ou Frontal: O movimento é feito à frente do corpo;
* Posterior: O movimento é feito para trás do corpo;
* Lateral: O movimento é feito para o(s) lado(s) do corpo.  Neste caso temos a direção esquerda e direita que indica o lado para qual o segmento irá se deslocar ao iniciar seu movimento;
* Para cima: O segmento desloca-se afastando-se do solo;
* Para baixo: O segmento desloca-se aproximando-se do solo;
* Para dentro: O melhor referencial para se entender este movimento são os ombros, pois estes quando se projetam para frente como se estivessem fechando é considerado para dentro;
* Para fora: Neste movimento temos o oposto com relação aos ombros, ou seja, estes se projetam para trás;

Temos ainda que possuir o conhecimento básico de profundidade dos movimentos que indicam o posicionamento de um ou  mais segmentos em relação ao corpo, tendo sempre em consideração o segmento que irá se movimentar e de qual segmento será considerado referência inicial, sendo então:
* Longe
* Perto
* Aberto
* Fechado
* Afastado
* Junto


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Fundamentos Básicos na Dança de Rua



Quando as pessoas fazem uso da técnica adequada, o movimento flui de forma simples e sem esforços maiores, por isto os fundamentos técnicos são essenciais para um bom aproveitamento coreográfico.

* Pivô: É o ponto de apoio de uma parte do corpo para que seja realizada uma mudança de posição do mesmo.  Geralmente utiliza-se o pé, mas no caso da Dança de Rua ainda temos pivô com a mão e até mesmo com a cabeça.  No estilo B-Boy (principalmente) o pivô pode ser com a mão, antebraço, joelho, pé ou cabeça.  Quando falamos em pivô temos de lembrar que o peso do corpo vai estar sobre ele quando do movimento propriamente dito, seja um deslocamento, giro ou uma simples locomoção.

* Compasso:  Movimento realizado com a ponta dos pés ou pelos calcanhares, com o intuito de girar o corpo parcialmente ou por completo.  Pode ser:

                       - Compasso de Ponta: O pivô é feito apoiando todo o peso do corpo na ponta do pé (lembrando que ponta de pé na Dança de Rua tem correspondência à meia ponta no balé).  Então quando o corpo muda de posição utilizando o pivô de ponta é considerado como compasso de ponta.

                        - Compasso de calcanhar: Similar ao compasso de ponta só que feito com apoio do calcanhar.  É importante frisar que neste compasso é conveniente flexionar ligeiramente os joelhos para não forçar ligamentos e fazer uma leve inclinação do corpo para frente de forma a auxiliar no equilíbrio do corpo durante o movimento.

                         - Compasso Combinado: Utilização de ambos os compassos como forma de facilitar o movimento, geralmente utilizado somente para meios giros muito rápidos em que haja a necessidade de equilíbrio e posterior movimentação.

                          - Compasso com deslocamento: Sequência de compassos (ponta e/ou calcanhar) de forma que haja deslocamento do corpo como um todo.

* Marcação: Forma mais usual de realizar a marcação do ritmo da música na Dança de Rua, consiste em juntar um pé ao outro e retornar, ou seja parte-se da segunda posição para a primeira e retorna para a segunda sucessivamente.  Existem duas formas de marcação:
                           - Simples: A batida mais forte da música coincide com o momento em que juntam-se os pés.
                           - Lateral: A batida mais forte da música coincide com o momento em que o pé retorna a sua posição inicial.

* Caminhada: Deslocamento do corpo de forma a atingir determinado ponto seguindo o ritmo da música.

* Contratempo: Movimento utilizado pelos pés, no intervalo entre dois tempos da música ou de um deslocamento, de forma a realizar uma mudança de direção ou de posição.

* Deslizes: Parte do corpo arrasta-se (ou desliza) pelo chão de forma a atingir determinado ponto.  É considerado um dos deslocamentos mais rápidos e eficientes em distâncias um pouco maiores,  por estar sempre em contato com o solo e ainda manter o equilíbrio do corpo durante o mesmo.

* Giros: Corpo desloca-se em torno de um eixo (pivô) apoiando parte dele no solo ou fora dele.

* Paradas: Conhecidos como "stop" e que consiste em realizar uma parada do movimento produzindo um leve balanço e geralmente com mudança de posição (ou de gesto), onde se tem a impressão de um movimento de robô ou de um boneco dançando.  Esta técnica é muito utilizada pelos praticantes do Popping Tradicional.

* Congelamento: Conhecido como "Freeze" e muito utilizado em rotinas de B-boys como forma de demonstar sua técnica e capacidade de parar no meio de um movimento e continuar alguns segundos depois do ponto onde realizou o "freeze".

domingo, 21 de novembro de 2010

Planos e Eixos

Para que se entenda como se realizam os movimentos precisamos entender sobre planos e eixos de acordo com suas articulações que constituem cada padrão de movimento.
Os movimentos ocorrem através de planos imaginários e em eixos perpendiculares ao movimento e por convenção os movimentos articulares são definidos com relação à posição anatômica, que coloca o corpo ereto com os pés unidos, membros superiores ao lado do corpo e as palmas olhando para a frente. (RASCH, 1991).

Na posição anatômica temos então:
* Plano Sagital que divide o corpo em partes direita e esquerda.

* Plano Frontal (ou Coronal) que divide o corpo em partes anterior (frente) e posterior (costas).

Logo podemos dizer que o eixo que atravessa o corpo para que estes movimentos ocorram é o eixo vertical, pois atravessa o corpo verticalmente desde sua cabeça até o chão.

* Plano Transversal (ou Horizontal):  Divide o corpo em porção superior e inferior.

Há ainda aqueles que considerem um outro plano: Intermediário ou Oblíquo que seria a realização de movimentos entre os planos acima mencionados.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Posições Básicas da Dança de Rua

No balé assim como em algumas danças normatizadas existem algumas posições básicas para que seja possível, não somente tornar o aprendizado mais eficiente, mas possibilitar a comunicação entre as pessoas sobre o(s) movimento(s) desejado(s).   As posições básicas servem como forma de início de movimento, finalização do mesmo e como forma de equilíbrio para que o movimento possa acontecer.  As posições que serão apresentadas não estão em nenhum livro, criei de forma simples para que as pessoas possam utilizar sem nenhuma complicação, pois foram fruto de pesquisas e observações feitas através de mais de 20 anos em que estudo a Dança de Rua.   Por isto nada impede que as pessoas utilizem, muito pelo contrário, facilita a comunicação entre Professor e Aluno, bem como entre Coreógrafo e Dançarino.  Assim como ficou comprovado que estas posições facilitam uma gama de movimentos utilizados na Dança de Rua.

* 1a. Posição: Pés unidos e apontando para a frente.  Nesta posição o peso do corpo está dividido em ambas as pernas, mas com um ponto de equilíbrio muito pequeno já que os dois pés encontram-se bem próximos.  Ideal para deslocamentos rápidos. 

* 2a. Posição:  Pés afastados na linha do quadril e apontados para frente. Considera-se como uma posição de equilíbrio básico e de repouso do corpo quando em pé. Ideal para reposição de equilíbrio após algum salto, início de um movimento de deslocamento médio ou lento, assim como para elevações e abaixamentos.  
      Uma variação desta posição é a 2a. posição aberta, onde os pés vão um pouco além da linha do quadril.  O que facilita a reposição do equilíbrio principalmente após um giro forte e rápido, bem como de um salto relativamente alto em que necessite de um ligeira flexão de pernas para aliviar o peso da queda.


* 3a. Posição: Parecida com a 2a. posição só que os dedos dos pés estão ligeiramente afastados para fora, em diagonal.   Esta posição é bem facilitada para quem tem pés em posição "varo".  É uma posição que possibilita a mudança de direção do corpo bem como para um giro ou meia volta.  Esta é uma posição de equilibrio, mas também uma posição de deslocamento.

* 4a. Posição: Os pés alinhados com o quadril, sendo que um deles está deslocado a frente e ambos apoiados por inteiro no chão.  A partir desta posição consideramos posições de deslocamentos porque possibilita uma gama de movimentos em deslocamento do corpo.

* 5a. Posição: Idêntico à 4a. posição sendo que o pé de trás tem o seu calcanhar ligeiramente elevado.   Nesta posição caracteriza-se uma posição para mudança de posição bem abrupta  e de forma alongada, além de facilitar os giros e os saltos longos.

* 6a. Posição: Para melhor entendimento desta posição coloca-se a pessoa em 3a. posição e pede-se que esta mantenha os pés nesta posição e desloque como se fosse fazer a 4a. posição, é um misto de 3a. com 4a. posição.  Utiliza-se muito esta posição em movimentos de ligação, mudanças e direção e deslocamentos.


domingo, 24 de outubro de 2010

Técnica (Apoios)


               Apoio é toda base utilizada para sustentar o corpo (ou parte deste) no solo.    Pode ser feito antes, durante ou após um movimento.

* Pé inteiro: Toda a planta do pé apoia-se sobre uma superfície.  Pode ser feito em equilíbrio (com apenas um dos pés) ou ambos os pés.   Quando é feito o apoio somente em um dos pés necessita-se que o corpo esteja alongado de forma a dividir o seu pé no sentido longitudinal, e em alguns casos pode-se utilizar o auxílio dos braços estendidos para manter o equilíbrio.
* Meia ponta:  Os pés apoiam-se na região compreendida entre os dedos e a planta do pé.  Assim como acontece com o pé inteiro, pode-se estar apoiado em um ou em ambos os pés e com o mesmo princípio de equilíbrio.   Na Dança de Rua este apoio é conhecido como PONTA, visto que não posssui apoios como os do balé. É neste apoio que acontece a maioria das transferências, locomoções e giros.
* Ponta: O apoio é feito na ponta dos dedos dos pés.   Muito comum no balé, tanto que é uma das mais difíceis posições no mesmo, possuindo  para tal calçado específico (sapatilha de ponta).  Na dança de Rua vimos esta posição com Michael Jackson quando posiciona-se em ambas as pontas de seus sapatos e com o corpo ligeiramente inclinado para a frente, mas não é um apoio comum ao estilo.
* Calcanhar:  Pouco utilizado como apoio principal, geralmente utilizado como apoio de transição, ou seja, apoia-se o pé e para executar uma mudança de posição deste pé utiliza-se o apoio de calcanhar.  Na Dança de Rua é comum utilizar este apoio em alguns giros.
* Joelho: Uma das posições onde muitas das vezes utiliza-se o apoio dos pés para equilíbrio, pois o apoio somente com os joelhos (além de ser dolorido para a Patela) necessita-se de um equilíbrio bem dividido do corpo (de acordo com a posição de pernas e braços).   Logo alguns consideram o apoio de joelhos aquela em que a pessoa apoia-se abaixo da patela  e com a ponta dos pés apoiadas no chão.   Para compreendimento imediato de uma pessoa leiga pode-se aceitar como correto, mas para o estudioso e para quem dança não deveria ser considerado como correta esta nomenclatura.
* Glúteos: Todo o corpo concentra-se seu peso sobre a massa muscular denominada Glúteos, comumente chamada de "bumbum".  Quando não há apoio dos pés ou das mãos para sustentar um equilíbrio ou manter uma posição estática, utiliza-se o recurso das pernas estendidas e dos braços para a lateral para manter-se na posição (que é a forma mais correta deste apoio).
* Costas: Para este apoio realmente acontecer, não pode ter apoio da cabeça e as pernas tem de estar deslocadas em direção ao peito de forma a tirar os glúteos do chão, tendo assim somente o peso concentrado nas costas.
* Mãos: A palma e os dedos apoiam-se no solo.  Pode ser em ambas as mãos ou em apenas uma delas, dependendo da intenção (apoio para sustentação de uma posição, preparação para um novo movimento ou apenas como auxílio no equilíbrio de uma posição).  Na Dança de Rua é o apoio mais utilizado por B-Boys em suas perfomances.
* Cabeça: Apoio raro na dança, mas no caso da Dança de Rua é muito comum nas manobras de B-Boy, onde todo o corpo apoia-se na cabeça, tanto como apoio quanto para giros sobre a mesma.
* Combinado: Quando se utiliza a combinação de duas ou mais formas de apoio acima citados, ou com outra parte qualquer do corpo em cinjunto com outra.
* Sucessivo: Conhecido como transferência quando há mudança de apoio somente sem haver deslocamento efetivo do corpo, e chamado de locomoção quando há deslocamento de apoios gerando um novo posicionamento deste no espaço.

domingo, 17 de outubro de 2010

Posições Elementares

Quem trabalha com dança e gosta de dançar tem que conhecer todas as possibilidades de um corpo, principalmente no que se refere aos seus aspectos mais primordiais.   Conhecer o que parece óbvio, para alguns parece bobagem, mas para quem se priva de alguns gestos por impossibilidade funcional (seja muscular, articular ou outra) sabe o quanto conhecer tais posições importa quando na hora de dançar e até mesmo na comunicação do que se deseja em termos coreográficos.  Então:


* Em pé: O corpo está ereto e equilibrado com os pés firmes no solo;
* Em pé na ponta: Quando o corpo está ereto e os calcanhares estão fora do chão sendo sustentado pelos dedos (o correspondente a meia ponta no balé - na Dança de Rua está posição é considerada ponta);
* Em pé no calcanhar: Quando o corpo está levemente inclinado para frente e o apoio do corpo concentrado nos calcanhares;
* Em equilíbrio de pé: O corpo sustenta-se apenas em um dos pés.  Para isto, o corpo deve estar bem alongado e com uma ligeira contração abdominal;
* Em equilíbrio de ponta: Um dos pés apoiados pelos dedos, sustenta o corpo, que deve estar alongado como se estivesse sendo puxado para cima por um fio invisível que entra no centro da cabeça e passa por todo o corpo, chegando até o solo;
* Em equilíbrio de calcanhar: O corpo sustenta-se em cima do calcanhar.  Para isto o corpo deve estar ligeiramente inclinado para frente e alongado (como se estivesse sendo puxado para cima).  Na Dança de Rua se utiliza muito este tipo de apoio (principalmente em giros);
* Deitado: Quando o corpo fica apoiado totalmente no solo. Pode ser em:
                 - Decúbito Ventral (de frente): Quando a frente do corpo fica voltado para o solo.
                 - Decúbito Dorsal (de costas): Quando as costas ficam voltadas para o solo.
                 - Decúbito Lateral (de lado): Quando um dos ombros e a lateral do quadril volta-se para o solo;
* Sentado: Apoio do corpo sobre a região glútea.  Possui as seguintes variações:
                 - Com apoio complementar das pernas ou com as pernas estendidas.
                 - Com apoio complementar dos pés ou pernas flexionadas.
                 - Com apoio complementar das mãos.
                 - Com apoio complementar combinado.
                 - Com apoio lateral (senta-se com um dos glúteos lateralmente, com apoio da mão - muito utilizado para mudança de posição);
* Agachado: A região glútea fica próxima dos calcanhares, e os pés podem estar em ponta ou totalmente apoiados no solo;
* Semi- agachado: Semelhante ao agachado, onde um dos pés está a frente de forma a equlibrar o corpo ou proporcionar um novo movimento;
* Ajoelhado ou de joelhos: Os joelhos ficam apoiados no solo, com ou sem auxílio dos pés;
* Semi-ajoelhados: Um dos joelhos apoia-se no solo e a outro pé apoia a frente (ou lateralmente).

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Técnica em Dança de Rua

Antes de falar da técnica em si é conveniente definir o que vem a ser, para que não se cometam mais equívocos tanto por parte dos leigos como daqueles envolvidos com dança.

Na dança podemos definir técnica como o conjunto de informações relativas ao estilo para que este seja executado com o mínimo de esforço e com o máximo de aproveitamento, onde todos os movimentos podem ser executados e descritos com precisão e sendo executados sempre da mesma maneira. Alguns diriam simplesmente que é a forma correta de executar determinado movimento.

Uma forma simples de verificar se determinado movimento tem base técnica é descrevê-lo com palavras, de forma que este seja compreendido e executado como descrito.


Quando aquele que dança, executa os movimentos de maneira precisa, utilizando os recursos até então aprendidos, de forma que não haja diferenças a cada repetição destes, podemos dizer que este dançarino utilizou toda a técnica da dança, portanto este possui muita qualidade técnica. A técnica aqui mencionada refere-se àquela contida nos movimentos ou gestos específicos sem considerar expressões ou outro fator envolvido.


É comum muitas pessoas confundirem Base Técnica com Técnica propriamente dita. Base Técnica são informações básicas e essenciais para que muitos movimentos possam ser executados com o desgaste mínimo de energia e sem ser necessário explicá-los a todo momento, já a Técnica em si exige um aperfeiçoamento e elaborações maiores e específicas.

Considera-se como exemplo de Base Técnica o apoio às transferências, locomoções, giros, saltos, quedas, levantamentos e abaixamentos, para que todo e qualquer movimento possa fluir sem dificuldades.

Quando determinado termo é utilizado em um estilo e reconhecido por quem pratica em qualquer parte do mundo, podemos considerar como Técnica Universalizada, ou seja, o movimento é reconhecido pela sua nomenclatura e executado de forma específica independente da região onde este é executado.

Em resumo, aquele que possui a perícia em determinada dança (Técnica), conhecendo seus detalhes (Base Técnica) pode utilizar os gestos específicos desta (Técnica Propriamente dita e/ou Técnica Universalizada).

Muitos podem até dizer que as danças folclóricas populares e informais não tem técnica, por diversos motivos :

• Os anos de prática para se tornar um profissional;

• O balé clássico por ser uma das primeiras a ser tornar formalizada seria a base para qualquer estilo de dança;


• Alguns estilos de dança possuem variação de nomenclatura de região para região;


• Não possui local específico para treinar nem material adequado para aprimorar a técnica;


• O calçado não é o adequado para a dança;


• A metodologia varia de acordo com quem ensina.


A Dança de Rua ainda não possui uma técnica universalizada, mas percebe-se que, há cada vez mais um aprimoramento técnico de seus adeptos e uma preocupação maior com os gestos técnicos específicos e bases técnicas. Não é possível se executar gestos da Dança de Rua sem os conhecimentos de tipos de apoios, formas de compassos, giros, deslocamentos, ritmo, saltos, quedas e demais elementos necessários para que esta seja executada de forma precisa, a isto podemos denominar claramente Técnica.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Movimentos (Características Básicas)

     Para que os movimentos aconteçam, obviamente o corpo não pode permanecer na inércia, mas quando isto acontece em determinada posição podemos dizer então que ele está em equilíbrio ou em repouso.
     Temos então o que é conhecido por movimento potencial (movimentos interiores latentes no indivíduo) e movimento liberado (o corpo ou parte dele descreve trajetórias no espaço também conhecido como movimento isotônico).
     Quando em movimento ele pode assumir uma ou várias características:
* Transferência: Mudança no ponto de equilíbrio;
* Locomoção: Transferências sucessivas;
* Salto: Ausência de contato do corpo com o solo mediante um impulso;
* Queda: Retorno involuntário do corpo ao solo após um salto.  Também considerado se o corpo ou parte dele é solto de determinada altura em direção ao solo;
* Abaixamento: Parte do corpo aproxima-se do solo, mantendo pelo menos uma delas fixa no mesmo.  Sempre será feito de forma conduzida.
* Elevação: Retorno do corpo após um abaixamento, subida de parte dele com o corpo estático ou retorno à posição natural;
* Volta: Giro do corpo ou parte dele, em torno de um eixo, podendo ser feito com um apoio, dois, com o corpo no ar ou no chão.  Pode ainda acontecer em deslocamento.   Mais conhecido como giro, que é o movimento em torno de um centro qualquer, já o rodopio é o giro tendo apenas umas das pernas como eixo, independente do ponto de apoio (ponta, meia ponta ou calcanhar - neste último, comum apenas na Dança de Rua) e pirueta quando o giro do corpo é feito apoiando-se na ponta do pé.

    Como pode-se notar alguns termos são mais comuns no balé, e alguns deles possuem nomeclaturas diferenciadas de acordo com o tipo de dança.   No caso da Dança de Rua algumas características são mais visíveis de acordo com o estilo (como no estilo B-Boy onde predominam os saltos, quedas, elevações, abaixamentos e voltas).

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Movimentos (Formas de execução)


* Conduzido: Movimento feito de forma consciente e uniforme, geralmente é utilizado para transmitir suavidade;
* Pendular: Movimento com tempo e espaço iguais, executados em apenas ema articulação, semelhante à um pêndulo por produzir movimento constante e bem marcado;
* Balanceado: Semelhante ao pendular, sendo o tempo e o espaço variáveis;
* Lançado: variação do movimento pendular, onde o início é feito de forma mais forte que a finalização, dando a impressão que o corpo, ou parte deste, fosse desprender em direção ao infinito;
* Percutido: Movimento mais característico na Dança de Rua.  É semelhante ao movimento lançado, sendo muito mais forte e vigoroso, paranndo bruscamente antes de iniciar um novo movimento;
* Vibratório: Idêntico ao movimento percutido, mas este é executado em um espaço mínimo de tempo, dando um impressão de tremor no corpo (ou parte dele);
* Ondulante: Sequência de movimentos em articulações vizinhas, gerando um efeito de onda.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Movimentos (Modos de execução)

Os movimentos na dança podem acontecer:
* Unilateralmente: Apenas um dos lados do corpo (ou um segmento) executa o movimento;
* Bilateralmente: Ambos os lados (ou segmentos) do corpo executam o movimento;
* Simetricamente: Os movimentos são feitos de forma idêntica para ambos os lados, resultando em harmonia entre eles.
* Assimetricamente: Os movimentos são feitos de forma diferente, embora possam parecer iguais, para ambos os lados, não havendo semelhança entre os segmentos, resultando em desarmonia;
* Com amplitude: O movimento é executado de forma maior ou menor, dependendo da intenção e do que se pretende mostrar;
* Alternadamente: Primeiro o movimento é feito para um dos lados e depois para o outro;
* Isoladamente: Apenas um segmento do corpo executa o movimento;
* Combinado: Diferentes movimentos sendo executados ao mesmo tempo, necessário aperfeiçoamento na área de coordenação motora.
* Sucessivamente: Os movimentos são feitos um após o outro;
* Simultaneamente: Os movimentos são feitos ao mesmo tempo.

domingo, 1 de agosto de 2010

Fundamentos do Movimento


Para que se possa conhecer os movimentos é preciso que se tenha um prévio conhecimento do corpo e de seus movimentos articulares.

* Flexão: Quando há uma diminuição do ângulo articular entre dois segmentos ósseos aproximando-os.
* Extensão: Quando há um aumento do ângulo articular entre dois segmentos ósseos afastando-os.
* Abdução: Movimento do osso para fora da linha mediana do corpo.
* Adução: Movimento do osso para junto da linha mediana do corpo.
* Rotação: Movimento do osso em torno do eixo longitudinal.
* Circundução: Movimento do osso descrevendo um cone.
* Supinação: Movimento do antebraço de modo que a palma da mão fique para cima e os ossos Rádio e Ulna fiquem paralelos.
* Pronação: Movimento do antebraço de modo que a palma da mão fique para baixo e os os ossos Rádio e Ulna fiquem cruzados.
* Eversão: Movimento da sola do pé para fora.
* Inversão: Movimento da sola do pé para dentro.
* Elevação: Subida de uma parte do corpo (pode ser confundido em alguns movimentos com a abdução).
* Depressão: Abaixamento de uma parte do corpo (pode ser confundido em alguns movimentos com a adução).
* Deslizamento: Quando as vértebras deslizam (lateral, posterior ou anterior), sendo visível à nível de pescoço.
* Retração: Movimento dos ombros para frente sem movimento de braços.
* Protação: Retorno à posição normal após a retração de ombros.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Qualidades Físicas na Dança de Rua

Se analisarmos as qualidades físicas e estudarmos as técnicas de Dança de Rua, poderemos correlacioná-las facilmente.   Quando o fazemos, tornamos a Dança de Rua e suas técnicas, mais facilmente aplicáveis a todos os níveis de dançarinos.  
Primeiramente temos de entender que qualidades físicas devem ser aprimoradas por meio de exercícios, não apenas a repetição do gesto completo, ou seja, para chegar ao gesto (ou movimento) propriamente dito devemos preparar o corpo através de exercícios que contenham todas as etapas deste gesto.  O maior erro (principalmente os dançarinos de B-Boy) é o de achar que para melhorar o gesto deve-se repetí-lo incansavelmente.  Deve-se sim treiná-lo como objeto final dos exercícios, mas temos que fracionar o gesto e entender o que nele está envolvido.
Quando fazemos uma análise disto, estaremos percebendo as qualidades físicas nele envolvido, assim poderemos inclusive detectar falhas e melhorá-las.  Portanto, um dançarino não deve ser considerado excelente somente porque executa um gesto extremamente difícil, mas pela facilidade com que este executa o mesmo, assim temos a perfeita noção da treinabilidade corporal que este tem quanto as qualidades físicas envolvidas no movimento.
Na Dança de Rua podemos perceber que cada qualidade física é ressaltada de acordo com o estilo, ao analisarmos tais qualidades poderemos treiná-las e torná-las cada vez mais eficientes dentro das coreografias (ou improvisações).
A qualidade física mais evidenciada nos estilos de Dança de Rua é a Coordenação Motora, devido a complexidade dos gestos envolvidos na mesma. Por isso, exercicios que trabalhem ambos os lados (lateralidade), que realizem gestos de intensidades diferentes em ritmos diferentes e de amplitudes diferentes, bem como exercícios com segmentos articulares sendo executados isolados, combinados e/ou sequenciais aprimoram tal qualidade física.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Qualidades Físicas

Qualidade do organismo em aprimorar movimentos do corpo humano através de treinamento específico. Dividem-se em:
* Força: Habilidade do músculo (ou grupo muscular) de produzir uma tensão para igualar ou vencer uma resistência no ato de sustentar, empurrar, puxar e elevar. Pode se dividir em:
- Força Isotônica (Dinâmica): Envolve os músculos em movimento ou suportando peso (seja do corpo ou de um objeto) em movimentos repetidos.
- Força Isométrica (Estática): Envolve os músculos suportando peso, sem produção de movimento.
- Força Explosiva: É o máximo de energia exercida em um único ato explosivo.
* Flexibilidade: Habilidade dependente da elasticidade muscular e mobilidade articular, que garantem a amplitude de um ou mais segmentos articulares.
* Resistência: Capacidade do corpo em um esforço continuado durante um tempo. Pode ser classificado em:
- Resistência Aeróbica: Esforços de baixa e média intensidade que permite a troca gasosa pulmonar de maneira realativamente confortável.
- Resistência Anaeróbia: Esforços de alta intensidade onde o débito de oxigênio é maior que o consumo.
- Resistência Muscular Localizada (RML): Capacidade do músculo trabalhar por um longo período de tempo diante de uma resistência moderada.
* Velocidade: Qualidade do músculo em exercer uma sucessão de gestos com intensidade máxima e de curta duração. Divide-se em:
- Velocidade de Deslocamento: Capacidade de um indivíduo deslocar-se de um ponto a outro.
- Velocidade de Reação: Capacidade de um indivíduo responder a determinado estímulo (visual, tátil ou auditivo).
- Velocidade de Membros: Capacidade dos membros moverem-se o mais rápido possível.
* Equilíbrio: Sustentar ou assumir qualquer posição do corpo contra a força da gravidade. Pode ser:
- Equilíbrio Estático: Adquirido em determinada posição.
- Equilíbrio Dinâmico: Adquirido durante o movimento.
- Equilíbrio Recuperado: Adquirido após o corpo ter estado em movimento.
* Coordenação: Capacidade de executar movimentos complexos com o mínimo de esforço.
* Agilidade : Habilidade do corpo (ou parte dele) em realizar um movimento mudando a direção, rápida e precisamente.
* Ritmo: Sequência de movimentos repetidos de forma equilibrada e harmônica por algumas vezes.
* Descontração: Redução da tensão na musculatura esquelética. Sendo:
- Descontração Total: Recuperação máxima de todos os músculos do corpo.
- Descontração Diferencial: Descontração de músculos não envolvidos no movimento.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Como surgiu o Grupo Dança de Rua BR Jovem?

O grupo Dança de Rua BR Jovem é uma vertente do Grupo Dança de Rua BR, onde seus componentes são alunos e dançarinos com idade entre 12 e 17 anos, em grande parte de comunidades carentes (especificamente da Escola onde o Professor Beto Rocha dá aulas - Escola Estadual Casa do Menor Trabalhador - Natal / RN). Surgiu a partir da necessidade de levar os alunos que já estão fazendo aulas de Dança de Rua na escola para aperfeiçoarem suas técnicas e ampliarem seus conhecimentos na área, visto que na escola não é possível temalizar a aula e as turmas são heterogêneas nas presenças e no aprendizado. O principal incentivo para que os alunos possam continuar treinando com o grupo é a obrigatoriedade em ter notas acima da média e presença constante na escola.
O grupo iniciou suas atividades em Março de 2010, ensaiando somente aos sábados e pretendem aperfeiçoarem-se para que no ano seguinte possam protagonizar um espetáculo próprio.





quarta-feira, 26 de maio de 2010

Como surgiu o Grupo Dança de Rua BR?



O grupo foi criado em 2005 quando os alunos, onde o Professor Beto Rocha ensinava Dança de Rua, decidiram criar um flog para homenageá-lo e também trocar fotos de aulas, ensaios, eventos e apresentações, cujo o nome era "Nois da Rua BR". A princípio não havia intenções de formarem um grupo, era somente um nome para um flog, mas após a promessa da direção da Academia em formar um grupo (e não foi cumprida) e não serem incluídos em um dos espetáculos de final de ano (já tradicional nesta academia e que sempre tinha a participação dos alunos da Dança de Rua), estes decidiram participar de um Festival de dança em Natal (RN), com o nome de Dança de Rua BR. O resultado da apresentação agradou a todos que esperavam ter o apoio desejado por parte da academia, o que não aconteceu. O Professor diante desta negativa e da necessidade de desenvolver um projeto de dança junto a uma escola do Estado - Escola Estadual Casa do Menor Trabalhador - (no qual é funcionário até hoje e desenvolve o mesmo) decide então sair da academia ao término do ano.

Os alunos que já se encontravam tendo aulas com o Professor Beto e que já estavam em níveis técnicos mais elevados, foram sugeridos pela direção da Academia a terem aulas com os demais alunos iniciantes (já que voltariam a ter uma turma somente). O desagrado foi unânime e estes decidiram não mais continuar. Diante desta atitude o Professor Beto Rocha sugeriu aos mesmos que montassem um grupo e continuassem o que até então haviam desenvolvido, e que este poderia dar apoio caso precisassem. Estes então reuniram-se e pergutaram se o Professor poderia continuar a dar aulas para eles e orientá-los no que fosse possível. A partir de então surge o Grupo de Dança de Rua BR.