Uma das características da Dança de Rua é a improvisação, mas muitos nunca estão atentos para alguns pontos e acabam tornando os improvisos previsíveis e por vezes maçantes. Por isto é importante que se estejam atentos à alguns detalhes que podem enriquecer este momento muito singular na Dança de Rua.
Em primeiro lugar destacamos os mais conhecidos improvisadores, os B-Boys (ou B-Girls, afinal a Dança de Rua hoje é mais democrática que antes). Estes dançarinos já tem por tradição o improviso, em rachas (batalhas, ou outro nome que hoje tenha tais eventos - inventam muita nomenclatura para diferenciar alguns eventos), por isso estes já tem em sua proposta corporal alguns gestos que são treinados arduamente de forma a se destacarem e tornarem-se referência para alguns outros, seja como modelo para os iniciantes e amantes deste estilo ou como motivo para serem superados por seus oponentes. Como geralmente o espaço para improvisações de B-Boy (B-Girl) é limitado e pequeno (se comparados com um palco, por exemplo), estes já tem uma rotina corporal que se adapta à pequenos espaços. Mas o que estes podem fazer quando se encontram em espaços maiores e livres para suas performances?
O principal, seja para B-Boys (B-Girls) ou outro dançarino de Dança de Rua, é o aproveitamento de todos os espaços disponíveis para sua performance. Quando o dançarino aproveita cada pedaço disponível, este mostra-se capaz tecnicamente em muitos aspectos (deslocamento, velocidade de membros, coordenação, ritmo e muitas outras valências importantes para quem dança).
Uma das regras principais nas improvisações é dançar no ritmo da música, o que infelizmente não acontece com grande parte das performances de B-Boy (B-Girl) pois estes muitas das vezes priorizam os movimentos acrobáticos em detrimento do ritmo que está sendo tocado durante sua performance, muitas das vezes com Top Rocks pobres e sem nenhuma novidade (como se fosse um pré-requisito de ginástica rítmica desportiva) e curtos Footworks (quando estes ainda fazem parte da rotina). Destaco estas duas rotinas, porque ate à bem pouco tempo estes faziam parte de entradas no trabalhos dos B-Boys (B-Girls), hoje prevalece apenas os Top Rocks e Up Rocks.
O trabalho de B-Boy (B-Girl) permite um aproveitamento tão grande do espaço (quando este é permitido), seja na forma de Top Rocks, Up Rocks e Footworks, que um bom dançarino sabe ser original em todos estes momentos e se ajustar tanto ao ritmo quanto ao espaço que dispõe para mostrar seu nível técnico.
Quando o improviso é em outros estilos de Dança de Rua, destaco uma atenção especial para os gestos em sincronia com a música e deslocamentos sem caminhadas e corridas (a não ser que esteja dentro de um contexto temático). O dançarino que sabe improvisar deve sentir a música e transmiti-la com seus gestos, aproveitando cada pedaço disponível, bem como explorar os diversos planos e eixos, ora estando no alto (com saltos e outros recursos) e ora explorando o solo com deslizes, rolamentos e outros. Esta é uma forma de ter sua rotina valorizada, não somente tecnicamente, mas de forma a manter o público atento ao que está sendo feito. Nada mais pobre em uma rotina de dança, que um dançarino previsível, sem originalidade nos movimentos, repetitivo e que não explora o espaço que dispõe.
Para quem não gosta de rotinas coreografadas (caso muito comum em B-Boys / B-Girls) recomendo que façam aulas com profissionais competentes e descubram a importância de uma sequência pré-estipulada como forma de enriquecer seu repertório corporal (muitas das vezes restritos a gestos de força e explosão). Isto faz com que seja desenvolvida uma memória corporal maior, permitindo inclusive que se prepare alguns gestos previamente sem o risco de que este fique ruim quando interligá-los em uma rotina). em resumo, treinar os mais diversos estilos permite um enriquecimento técnico capaz de elevar o nível técnico de quem gosta de improvisar.
Aproveito para destacar um trecho de um texto muito divulgado na Dança de Rua quando se fala em B-Boys / B-Girls: "...o bom dançarino não cai, improvisa movimentos...", e é por este princípio que as pessoas que são adeptas desta maneira de dançar, devem regrarem-se, afinal improvisar é a arte de criar movimentos que o corpo sente quando ouve uma música e o transmite de forma a ilustrar esta música sem um rotina prévia (coreografia prévia).
então..."ousa e sinta a musica, faça dela seus próprios movimentos"
ResponderExcluir(o próprio)
Dança de rua tudo de bom...
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