quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Intenções na dança

     Muito se ouve quando assistimos uma apresentação de dança, e uma delas é quanto ao que se pretendia com aquela coreografia, aquele espetáculo ou apresentação, ou seja, o que aquele grupo, coreógrafo ou dançarino quer passar para as pessoas? Existe alguma mensagem com aquilo que eles estão apresentando?  Com base nestas indagações podemos elucidar algumas formas comuns de pensar de alguns grupos e/ou coreógrafos quando se apresentam.
     O primeiro ponto que devemos considerar é quanto ao que se pretende quando vemos um dançarino apresentando seu trabalho? Há alguma mensagem para o público (positiva ou negativa)? A apresentação é lazer, competição ou informação?
     Por mais que ouçamos alguns dizerem que uma ou outra apresentação deve ser interpretada pelo público, ou que cada pessoa tem uma forma de ver determinada coreografia, quem idealiza algo sempre tem por trás desta, alguma mensagem ou intenção.  Como interpretamos o que este coloca para nós, com certeza, fica a encargo de quem assiste, mas não há como negar que a partir do momento que escolhe-se uma música, um estilo de dança, uma sequência coreografia (mesmo que improvisada), sempre haverá por trás daquele gesto, uma intenção, uma história que o corpo ali presente se expressará, como dito antes, há uma intenção, consciente ou não.
    Devemos entender que existe a intenção de dançar por lazer, neste caso, quem está ali se movimentando não tem outro intuito além de proporcionar a si, o prazer da dança simples e pura.   Nesta pessoa, naquele momento, haverá a identificação com determinada música, a socialização das pessoas envolvidas no ambiente, a não preocupação com técnicas e/ou mensagens.  Claro que neste caso podemos incluir aquelas pessoas que gostam de mostrar o quanto são exímios dançarinos, como forma de auto afirmação perante os demais e/ou como forma de exibição com intuitos de relacionamentos afetivos.  Mas em todos os casos, notamos que a intenção é a dança como forma de prazer ao corpo e a mente, simplesmente.
      Quando vemos uma competição de dança, o intuito inicial sempre será a de superação de oponentes, em detrimento ao prazer ou a informação (tanto para o público quanto para os jurados), como forma de ser considerado vencedor.   Dependendo do evento a informação fará parte dos quesitos para que seja considerado vencedor, mas em grande parte destes, a dificuldade técnica de movimentos, será um dos grandes pontos a ser considerado.   Um dos estilos de dança onde vemos mais presente a competição como forma de superação técnica em primeiro lugar é nos rachas e batalhas de B-Boys/B-Girls, em que notamos a euforia de todos os envolvidos, a cada gesto complexo e a cada grau de dificuldade superada a todo instante.
     E por último, as apresentações de cunho informativo, neste momento destacamos os grupos que trabalham com coreografias em que a mensagem é levada ao público de forma clara, seja na forma gestual, em cenários, figurinos e/ou através das músicas ali apresentadas.  Infelizmente, muitos grupos focam-se neste aspecto somente quando da realização de trabalhos sociais em entidades que tem como intuito à melhorias sociais e econômicas de uma comunidade.   Poucos dançarinos e grupos tem nesta forma de apresentação a filosofia de trabalho que não seja ligado à instituições destinadas para tal.   No Hip Hop, mais especificamente neste caso, a Dança de Rua tem se mostrado eficiente no que diz respeito a este último ponto, até porque é um de seus princípios, ou seja, a dança tem se mostrado como uma das melhores "armas" para se combater a ignorância intelectual e social que muitas das vezes se abate em determinados grupos e quando bem utilizado tem se mostrado eficiente.

2 comentários:

  1. Bom demais dançar! Além de ser saudável pro corpo e pra mente, nos estimula a perder a timidez (quem tem) e a esquecer qualquer mau humor.

    ResponderExcluir
  2. Somente um Dançarino de corpo e alma, um professor aplicado e também um Pai, amigo, orgulhoso e cabeça dura quando está certo..., poderia colocar tão bem o sentimento e alma num texto que fala da arte da dança!
    PARABÉNS MEU AMIGO POR SUA SENSIBILIDADE!
    Milton Filho

    ResponderExcluir