sexta-feira, 3 de julho de 2009

História da Dança de Rua - Ganhando voz




A grande influência do Rock and Roll para a Dança de Rua foi o fato de os brancos a partir de então considerarem os movimentos dos quadris característicos das danças negras como algo mais natural e menos discriminatório (não eram mais tão lascivos quando os jovens brancos dançavam desta forma, mas ainda o eram no que dizia respeito aos negros). A década de 1960 é o primeiro marco para a Dança de Rua, surge o Break, que foi a primeira manifestação cultural conhecida e aparentemente respeitada por outras classes sociais. O Funky passara a ter uma nova visão, mesmo porque surge nesta mesma década o movimento Hippie (de origem branca cujo termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra) que adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média, ou alta, americana as quais, grande maioria de seus adeptos fazia parte. O Break já passara a representar uma forma de manifestação semelhante a do movimento Hippie, sendo a grande diferença baseada na realidade e não em ideologia como no movimento Hippie. Nesta época a mídia descobriu uma nova forma de arte que agradava os jovens, principalmente os rebeldes e violentos. Inicialmente o Break era sinônimo de cultura negra e de classe pobre, onde estes dançavam na rua como forma de diversão, pixavam em paredes para demarcar territórios de gangues e cantavam uma realidade até então desconsiderada pela famosa “American way of life”. Em muitos filmes havia a inclusão de cenas mostrando dançarinos de rua em suas performances que mais tarde dariam início as várias subdivisões da dança de rua, até então os estilos mais dançados eram o Robot (que foi o primeiro estilo divulgado, mas o primeiro estilo de Dança de Rua foi o Funky com muita movimentação de pés e quadris). Deste estilo gerou-se o estilo Popping, Locking e B-Boy, que nesta época não havia diferenciação. Durante meados da década de 1960, Afrika Bambaata percebe que mesmo com a mídia mostrando a dança dos jovens do gueto e sua música, não se é feito nada para diminuir a violência entre as gangues, muito pelo contrário, esta só mostra a violência com que é tratada a juventude destes lugares. Surge então nos bailes que promove a idéia destas gangues disputarem entre si, sem o uso da violência apenas utilizando da música e da dança para se rivalizarem. Surge aí então os primeiros rachas ou desafios (que hoje em dia são mais característicos nos estilos B-Boy/B-Girl, Popping e Locking), e também a base que permeiaria os ideais do atual Hip Hop, ou seja utilizar da cultura para falar de classes menos favorecidas e mostrar uma realidade que os governantes e a mídia insiste em ocultar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário