O livro Gangues, galeras, chegados e rappers
consiste em um estudo que tem a finalidade de analisar as formas
emergentes de sociabilidade transgressora entre jovens nas
cidades-satélites de Brasília: as gangues e galeras das cidades de
periferia.
Nesse sentido, traça o perfil dos jovens que vivem
nas cidades de periferia do Plano Piloto nas áreas de atuação das
gangues e galeras; caracteriza as atitudes desses jovens em relação às
gangues e galeras, assim como à violência em geral e; analisa as
representações sociais sobre a violência entre os jovens pertencentes a
esses agrupamentos, assim como suas práticas e formas de sociabilidade.
A pesquisa combina abordagens quantitativa e qualitativa, ou seja, questionários e entrevistas individuais e de grupo.
Como resultado, a pesquisa retrata, as "vozes"
desses jovens, seus modos de organização, além de suas percepções sobre a
violência e a exclusão social.
Um dos aspectos enfatizados é o sentimento de
exclusão experimentado por esses jovens. Em relação aos jovens do Plano
Piloto, aqueles que vivem nas cidades-satélites sentem-se desprezados,
humilhados - seja por sua aparência física e modo de se vestir, seja
pela dificuldade de acesso a uma escola de qualidade, além das
limitações impostas pelo mercado de trabalho em decorrênica da condição
social deles.
Dentro desse contexto, os jovens que escolhem
pertencer a uma gangue afirmam estar em busca de um "lugar". A gangue é,
portanto, percebida como uma espaço alternativo, uma esfera de relações
nas quais eles são levados em conta, protegidos.
Para esses jovens, o uso da violência é percebido
como válido, desde que sejam respeitadas algumas regras (por exemplo,
não roubar idosos, roubar dos mais ricos, entre outras). No entanto, é
fundamental considerar que, para eles, a vida vale muito pouco e a
avaliação do crime e dos seus limites depende das circunstâncias.
Não
existe uma moral a priori: são as circunstâncias que determinam quem,
onde e como se pode matar ou deixar de matar.
Os rappers surgem como um contraponto às gangues.
Eles fazem o som da juventude de periferia, denunciando e retratando,
com palavras agressivas, o mundo em que vivem. Nesse sentido, o rap não é
necessariamente uma apologia da violência - senão um retrato do mundo
em que os jovens vivem.
Na pesquisa, o rap surge como um importante
elemento de formação da identidade social da periferia do Distrito
Federal, além de uma via que possibilita o afastamento dos jovens das
gangues e da criminalidade.
QUERO APRENDER A FAZER STEET DANCE COM QUEM APRENDO
ResponderExcluirMORO EM SÃO BERNARDO DO CAMPO