Esta coletânea reúne uma mostra expressiva dos estudos que vêm sendo
desenvolvidos sobre o funk e o hip-hop e reavalia a importância
sociocultural dessas expressões juvenis na esfera urbana atual.
As
articulações entre Estado, sociedade e mercado são observadas tendo como
parâmetro a relação entre esses grupos e o poder nos anos 90.
Os funkeiros e rappers parecem construir, por uma via sinuosa e por
constantes tensões, conflitos e negociações, um conjunto de códigos e
estilos híbridos (com referências locais/internacionais) que permitem
que ocupem uma posição periférica e ao mesmo tempo central na cultura
contemporânea.
Eles simbolizam tanto a possibilidade de construção de
uma visão crítica e plural do social quanto a sua medição e
administração pelas estruturas que gerenciam os ritmos do consumo.
As imagens do funkeiros e do rapper veiculadas pela mídia quase sempre
os associam a gangues e organizações criminosas, mas ao mesmo tempo é
crescente o interesse já despertado por sua produção cultural. Apesar do
constante processo de estigmatização, o perfil desses jovens exerce um
enorme fascínio.
A sociabilidade e o estilo que promovem são formas
fundamentais de expressão e comunicação.
Abalando os Anos 90 capta com agudeza, ao longo de seus diversos
artigos, os pontos de vista sobre esses personagens que formam um dos
perfis mais instigantes da juventude dos anos 90.
O funk e o hip-hop são espelhos de seu tempo.
Os artigos reunidos em
Abalando os anos 90 partem do pressuposto de que tais manifestações
culturais têm contribuído para evidenciar o intenso processo de
fragmentação e homogeneização que marca a dinâmica sociocultural e
trazem subsídios para se reavaliar a imagem das sociedades atuais.
O organizador da coletânea, Michael Herschmam, nasceu no Rio de janeiro
em 1964 e é atualmente pesquisador do Núcleo de Projetos em Comunicação
(NEPCOM), Professor de cultura brasileira de UERJ e um dos editores da
revista Lugar Comum. Estudos de Mídia, Cultura & Democrata. É
co-autor de Lance de sorte. O futebol e o jogo na Belle Époque carioca
(com Kátia Lerner), Missionários do progresso. Médicos, engenheiros e
educadores no Rio de janeiro - 1870/1937 (com Simone Kropf e Clarice
Nunes) e co -organizador de A invenção do Brasil moderno (com Carlos
Alberto M. Pereira).
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