terça-feira, 16 de julho de 2013

Ética na Dança (Alunos e Dançarinos)



       Quando se fala em ética muitos acreditam ser direcionado somente para os profissionais e pessoas que tem alguma responsabilidade ao ensinar, ou perante algum público ou grupo de pessoas.  Quem trabalha junto à estas pessoas também devem corresponder a esta ética tão cobrada e disseminada.
       Relembrando que a definição de ética é ser um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade sendo uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Logo, a isto se aplica também aos alunos de Dança e pessoas que se dedicam a mesma, de forma a se profissionalizarem (ou não).
       Costumo dizer que a ética se aplica ao aluno (ou dançarino aprendiz) quando o mesmo respeita e considera quem lhe passa todo aprendizado técnico, teórico e prático, considerando a experiência deste especialista como um todo.   Não somente deve ser ético com seus mestres e inspirações (ou modelos de dançarinos), mas com os demais colegas dançarinos, que assim como este, não sabiam muita coisa até que alguém ordenasse suas habilidades ou despertassem suas técnicas básicas.
       Na dança é comum vermos dançarinos que aprendem ou começam a aprender com algum professor e depois procuram outros para aprimorarem-se em suas técnicas.  Até aí tudo muito natural, mas infelizmente muitos parecem esquecer, ou até desprezar àqueles a quem os levou ao caminho do aperfeiçoamento para um grau mais elevado.   A este tipo de atitude anti-ética costumo chamar de ingratidão.
       Os alunos não tem obrigação de estar sempre ao lado de quem os iniciou na dança (ou aperfeiçoou suas técnicas), mas tem sim, a obrigação moral e ética de ser grato e ter caráter de dar alguma satisfação quando almejar algo que esta pessoa não pode mais dar a estes, e não precisarem fazer algo sem o conhecimento destes professores que tanto se dedicaram ao aprimoramento básico ou específico dos mesmos.
      É comum ainda o desrespeito de alunos perante outros, na Dança de Rua, a falta de ética se torna mais evidente em disputas, onde cada dançarino parece desconsiderar o princípio de paz e união que o Hip Hop prega.   Uma vez que uma pessoa nunca será boa o tempo todo, e quando este alguém desrespeita o nível técnico de outros, não coopera para que a Dança de Rua seja uma modalidade respeitada de paz e união,  como poderá ser respeitado quando não tiver mais condições de superar outro dançarino? 
     Reparem que não há dançarino com postura anti-ética que tenha uma imagem duradoura no meio do Hip Hop (assim como nas diversas vertentes da dança), acaba antipatizado por muitos ao ponto de ser esquecido quando surge um novo ícone com técnicas mais depuradas.
      Quando o dançarino inicia uma jornada rumo ao profissionalismo, este é levado a acreditar que deve ser sempre o melhor que puder ser, por possuir qualidades especiais e que estas devem ser melhoradas sempre que possível, mas infelizmente muitos levam este ensinamento para o lado egoísta e mesquinho, ao ponto de passar "por cima" de qualquer um que não possa mais acrescentar algo em seu crescimento, tornando antigos professores, colegas e demais em figuras "descartáveis", ou que estes não são mais necessários ou "obsoletos" para o nível que estes almejam ou se encontram. 
      Percebemos que, muitas das vezes, este dançarino não consegue atingir um nível de maturidade ética que o obrigue a enxergar nuances deste meio, e por vezes acaba se tornando arrogante e esnobe por achar que é melhor ou que sabe mais que muitos.  Culpa de quem ensinou? Algumas vezes sim, mas a maior parte é do próprio aluno que não consegue perceber o quanto a dança é abrangente e infinita em seu aprendizado.
            É comum um dançarino especializar-se em uma modalidade de dança, estilo dentro de uma vertente ou outra qualquer afinidade de dança, e ser considerado um excelente dançarino ou até mesmo modelo e ídolo de muitos, mas ficam algumas perguntas e ao mesmo tempo uma reflexão:
* Será que este dançarino é bom mesmo? Então porque este se considera tão bom, mas não dança todos os tipos de dança tão bem quanto a que este se especializou? 
* Porque tem de apontar defeitos aos outros mas não aceita a opinião ou que lhe seja apontado um erro?
* Porque não quer aprender com outras pessoas, mesmo aquelas que não estão em alta na mídia ou no gosto popular? 
* Porque não sabe respeitar os que dançam menos ou os menos habilidosos? 
* Porque alguns dançarinos não tem consideração e respeito pelas pessoas que lhes ensinaram algo depois que se tornam "estrelas", líderes de grupos, grandes coreógrafos e/ou diretores?

Um comentário:

  1. muito bom o texto sobre ética e de que essa conduta deve ser de todos não só de profissionais, mas sim de todos! adorei o tema do texto e concordo acho que a palavra chave é (respeito), respeita pais colegas, amigos irmãos em fim todo ser que habita este planeta, saber respeitar o ser em si da maneira que ele é, isso é fundamental para uma sociedade menos mediocre,hipocrita e mas saudavél.

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