O termo ética deriva do grego ethos
(caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e
princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que
haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as
leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. A ética é
construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais.
Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é
uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus
grupos.
Muito se ouve falar em ética, mas será que este termo se aplica na dança? E na Dança de Rua (ou Dança Urbana como muitos preferem chamar atualmente)?
Na Dança de Rua, muitos, por várias
vezes, tanto Dançarinos, como Coreógrafos e Diretores desprezam este conceito,
porque acreditam que por ser uma atividade não normativa e por ter um conceito
muito amplo de liberdade de expressão e de opinião, não precisam ter esta
prática.
Não
entrarei na visão da área profissional, onde especialistas da dança tem visto
cada vez mais, pessoas com poucos anos de estudos, práticas e vivências se
intitulando especialistas e ministrando cursos, workshops e workouts
simplesmente por estarem em evidência ou por dançarem muito bem. Nem tampouco na área educacional e social,
em que temos muitos dançarinos atuando sem a mínima noção pedagógica para estruturar
um trabalho de qualidade, valendo-se apenas da simpatia e do carisma pessoal
para produzir um trabalho sem finalidades duradouras.
Aqui a questão é quanto aos Diretores de
grupos que não tem o menor senso ético de convidar um dançarino de outro grupo
para o seu, de Coreógrafos que se julgam melhores que outros ao ponto de
depreciar os demais, de não prestigiar o trabalho do mesmo em eventos e cursos,
de tentar induzir dançarinos de outros grupos que com ele o aprendizado será
mais amplo e etc... Também de
dançarinos que não tem o mínimo de ética em desvenvilharem-se de um grupo quando o trabalho "bate de
frente" com algum conceito pessoal ou quando se vê envolvido em algo que
pode projetar a sua imagem de uma forma mais rápida que a atual, e até mesmo
quando alguém promete uma valorização maior do que esta pessoa tem dentro do
grupo.
Uma das formas mais "covardes" de
falta de ética que um dançarino pode desenvolver, é a ingratidão com alguém ou
com algum grupo do qual participou e depois ficar "aos cantos" com
atitudes e/ou palavras depreciativas com relação aos mesmos e justificando-se
com argumentos pobres, em sua falta de ética, alegando ter interesse em algo
novo, querendo ser alguém melhor que antes, vivenciar estilos novos, ter
experiências técnicas novas e conhecer novas e atualizadas tendências.
"Cuspir no prato que comeu" é
uma das formas mais populares de se expressar a falta de ética, crescer sim,
mas desrespeitar o que lhes foi ensinado quando não se sabia nada é uma
completa falta de respeito, consideração e principalmente, ética.
Poderíamos enumerar milhares de questões
éticas que muitos da Dança de Rua não refletem e praticam de uma forma a ultrapassarem
conceitos da ética. Fica aqui uma
reflexão, porque no Hip Hop se fala tanto em direitos e em respeito, mas na
Dança de Rua, este conceito é abandonado quando alguns vêem uma oportunidade de
projeção de sua imagem e/ou de seu trabalho?
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