sábado, 13 de julho de 2013

Ética na Dança



      O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.  A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais.

      Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.


      Muito se ouve falar em ética, mas será que este termo se aplica na dança?  E na Dança de Rua (ou Dança Urbana como muitos preferem chamar atualmente)?



      Na Dança de Rua, muitos, por várias vezes, tanto Dançarinos, como Coreógrafos e Diretores desprezam este conceito, porque acreditam que por ser uma atividade não normativa e por ter um conceito muito amplo de liberdade de expressão e de opinião, não precisam ter esta prática.



     Não entrarei na visão da área profissional, onde especialistas da dança tem visto cada vez mais, pessoas com poucos anos de estudos, práticas e vivências se intitulando especialistas e ministrando cursos, workshops e workouts simplesmente por estarem em evidência ou por dançarem muito bem.   Nem tampouco na área educacional e social, em que temos muitos dançarinos atuando sem a mínima noção pedagógica para estruturar um trabalho de qualidade, valendo-se apenas da simpatia e do carisma pessoal para produzir um trabalho sem finalidades duradouras.



      Aqui a questão é quanto aos Diretores de grupos que não tem o menor senso ético de convidar um dançarino de outro grupo para o seu, de Coreógrafos que se julgam melhores que outros ao ponto de depreciar os demais, de não prestigiar o trabalho do mesmo em eventos e cursos, de tentar induzir dançarinos de outros grupos que com ele o aprendizado será mais amplo e etc...   Também de dançarinos que não tem o mínimo de ética em desvenvilharem-se  de um grupo quando o trabalho "bate de frente" com algum conceito pessoal ou quando se vê envolvido em algo que pode projetar a sua imagem de uma forma mais rápida que a atual, e até mesmo quando alguém promete uma valorização maior do que esta pessoa tem dentro do grupo. 

      Uma das formas mais "covardes" de falta de ética que um dançarino pode desenvolver, é a ingratidão com alguém ou com algum grupo do qual participou e depois ficar "aos cantos" com atitudes e/ou palavras depreciativas com relação aos mesmos e justificando-se com argumentos pobres, em sua falta de ética, alegando ter interesse em algo novo, querendo ser alguém melhor que antes, vivenciar estilos novos, ter experiências técnicas novas e conhecer novas e atualizadas tendências.



       "Cuspir no prato que comeu" é uma das formas mais populares de se expressar a falta de ética, crescer sim, mas desrespeitar o que lhes foi ensinado quando não se sabia nada é uma completa falta de respeito, consideração e principalmente, ética.



      Poderíamos enumerar milhares de questões éticas que muitos da Dança de Rua não refletem e praticam de uma forma a ultrapassarem conceitos da ética.   Fica aqui uma reflexão, porque no Hip Hop se fala tanto em direitos e em respeito, mas na Dança de Rua, este conceito é abandonado quando alguns vêem uma oportunidade de projeção de sua imagem e/ou de seu trabalho?

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